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Eu te queria...

Eu te queria ali. Certo ou errado, eu queria. Queria mesmo com todas as pessoas ao redor me julgando como louca, masoquista e outros adjetivos que definem uma pessoa que não tem muito amor próprio, eu te queria ali. Eu queria porque o seu olhar me deixava incrivelmente envergonhada e ninguém nunca me deixou incrivelmente envergonhada antes. Queria porque o seu cabelo era bagunçado, seu sorriso bonito e sua voz era meio rouca.
Queria porque além dos beijos, os nossos corpos se encaixavam muito bem, te queria porque você sabia exatamente a hora de me fazer rir, te queria porque de alguma maneira estranha e ao seu modo, você me queria também. Queria porque você me deixou tão livre, que eu quis me prender só pra ter certeza de que eu te teria ali, por um tempo. Queria porque suas mãos ficavam frias quando eu estava perto, queria porque a gente se entendia com um olhar, queria porque o modo como você ficava com ciúme era estranhamente engraçado, queria porque você me irritava, me tirava do serio, me fazia querer te matar.
Queria porque você me achava tão boba, que fazia questão de repitir isso várias vezes ao dia. Queria porque você gostava da cor do meu cabelo e do meu jeito louco. Queria porque você acreditava em mim mais do que eu mesma. Queria porque você era a parte boa dos dias ruins e a melhor parte dos dias bons.
Mas um dia percebi que querer não é poder, que algumas vezes, queremos demais, esperamos demais, depositamos fé demais em algo que nunca daria certo. E então eu comecei a acreditar que as coisas acontecem exatamente como tem que acontecer, que eu te tive, por um tempo, mas que eu precisava deixar ir, precisava me libertar, na verdade, porque ir, você já havia ido a tempos. Descobri, da forma mais difícil que a vida é um equilíbrio constante entre segurar e deixar ir. E deixei, porque quem quer ficar, fica, independente da liberdade que tem para voar.

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