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Até o final

Mulher não desiste, se cansa. A gente tem essa coisa de ir até o fim, esgotar todas as possibilidades, pagar pra ver. A gente paga mesmo. Paga caro, com juros e até parcelado. Mas não tem preço sair de cabeça erguida, sem culpa, sem “E se”. A gente completa o percurso e às vezes fica até andando em círculos, mas quando a gente muda de caminho, meu amigo, é fim de jogo pra você. Enquanto a gente enche o saco com ciúmes e saudade, para de reclamar e agradece a Deus! Porque no dia que a gente aceitar tranquilamente te dividir com o mundo, a gente não ficou mais compreensiva, a gente parou de se importar, já era. Quem ama, cuida! E a gente cuida até demais, mas dar sem receber é caridade, não carinho! E estamos numa relação, não numa sessão espírita. A gente entende e respeita seu jeito, desde que você supra pelo menos o mínimo das nossas necessidades, principalmente emocionais, porque carne tem em qualquer esquina. Vocês nem sempre sabem, mas além de peito e bunda, a gente tem sentimentos, quase sempre a flor da pele. Somos damas, somos dramas, acostumem-se. Mulher não é boneca inflável, só tem quem pode! Levar muitos corpos pra cama é fácil, quero ver aguentar o tranco de conquistar corpo e alma, até o final.

Tati Bernardi.


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Lá no topo

Ele não ligava,nem mandava mensagem durante semanas. Mas tinha uma mania sacana de aparecer quando ele já tava quase desaparecendo da minha cabeça. Era carência, tava na cara – e faltava vergonha na minha, porque eu sempre acabava cedendo. Não me dava valor e ainda ficava indignada por ele não dar também. Eu aceitava ser a última opção e ainda tinha a cara de pau de espernear e choramingar por ai usando a maldita frasezinha clichê de que nenhum homem presta. Claro que ele não ia prestar, pra que prestar com alguém que transpirava falta de amor próprio? Ninguém ama quem não se ama, ninguém respeita quem não se respeita – doloroso, mas verdadeiro. E quando você não tá na onda de ser amada, ta tranquilo - um supre a carência com o outro e fim de papo. Mas eu tava afim de sentimento, tava super na onda de mãozinha dada e ligação de madrugada só pra ouvir um ”tava pensando em você”. E claro que ele não ligava, a gente quase sempre só pensa antes de dormir em quem causa aquele nervosinho de incerteza dentro do nosso peito – e eu tava sempre ali, um poço de certezas, não tinha porque ele pensar. Muito menos ligar. E foi ai que eu mudei. Parei de aceitar o último pedaço do bolo, se o primeiro pedaço não fosse pra mim, eu simplesmente ia embora da festa – não me servia mais. E olha só que mágico, ele nunca me chamou pra tantas festas e nunca vi alguém me oferecer tantos pedaços de bolo – a mágica só não foi tão boa porque eu simplesmente não queria mais. Não queria mais mágica, não queria mais bolo, não queria mais ele. Quando a gente passa a se valorizar a gente consegue enxergar nitidamente quanto os outros valem – e ele valia tão pouco, desencantei. Peguei meu coração e coloquei ele lá no topo de uma arvorezinha danada de alta, e vou te falar, nunca vi tanta gente disposta a escalar – homem adora um desafio. Pois bem, que vença o melhor!
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Fui ser feliz.

Eu te falei que iria, não te falei? Tu ficaste lá fazendo caras e bocas, ironizando para eu descer do carro e acreditando que eu jamais desceria. Até hoje, eu sinto saudade daquelas sandálias que eu deixei junto ao tapete do teu carro importado. Fiz contas de cabeça depois que eu saí a pé de lá e cheguei à conclusão: naquele momento era só o que te importava. Tua mania de achar que tudo era comprável confundiu-se em achar que eu também era uma peça. Até que, no final das contas, me considero uma. Mas não me vendo por pouco. Só aceito à vista! A vista de alguém tocando violão e namorando os meus olhos, colocando minhas meias em dias frios, aliando-se à minha mãe para falar das minhas crises de sonambulismo.
Tu mandaste eu ir me tratar e eu fui. Tratei de viajar, fazer novas amizades, pedalar sem rumo e terminar de ler aquele livro que tu me deste quando as coisas ainda eram boas entre nós. No final da história o namorado da guria morre. Sim. Eu sei que era evidente porque ele tinha câncer e ela também. Mas o mais surpreendente foi eu pensar que eles iriam morrer juntos. Quem morreu foi ele. A guria ficou uns meses apanhando de tamanca da saudade, mas depois voltou a viver novamente, a sorrir com os olhos e sobreviver com as lembranças no bolso. Cheguei até pensar que foi deboche teu me dar aquele livro. John Green escreveu a nossa história por linhas tortas. E sabe o que é pior? A gente havia prometido que nunca nos deixaríamos. Que casaríamos no campo e teríamos um piá chamado Bernardo. Havíamos. Na verdade, eu acho que foi até melhor, sabe? Aquela tua mãe com aqueles incensos loucos, a fumaça do teu cigarro matando os meus pulmões a chineladas e a tua mania irritante de buzinar ininterruptamente após duas horas de atraso em frente à minha casa. Já tive saudade, hoje é só lembrança. Exatamente como o teu rosto fúnebre passando naquele carro que um dia já foi nossa casa. Teu sorriso que um dia foi meu, hoje fica aí, pela noite, tentando encontrar o brilho que um dia tivesse. Somos agora meros desconhecidos que, lá trás, dividiram a mesma escova. Espero que, com o vazio do teu banco carona, tenhas aprendido que o essencial não é a velocidade do deslocamento e sim a intensidade da companhia que torna as viagens mais duradouras. Amor, eu já fui. Tô lá. Tô sendo.
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Sobre Homens e Meninos

Meninos dão flores. Homens dão segurança. Meninos querem as coisas do jeito deles. Homens fazem as coisas que devem ser feitas. Meninos não sabem ceder. Homens sabem negociar as condições. Meninos brincam com sentimentos. Homens demonstram o que estão sentindo. Meninos com medo não agem. Homens encaram seus medos. Meninos não pensam antes de falar. Homens analisam cada palavra.
Meninos são irresponsáveis. Homens assumem o compromisso. Meninos brincam. Homens tomam atitudes. Meninos criam problemas. Homens ajudam a solucionar os problemas. Meninos zombam da vida e dos outros. Homens saem da zona de conforto e aceitam desafios.
Meninos são apáticos. Homens assumem uma posição. Meninos são egocêntricos. Homens fazem aquilo que é útil para os outros. Meninos não sabem o que querem da vida. Homens têm claros os seus objetivos. Meninos querem se divertir as suas custas. Um homem quer ser feliz com você.
A diferença entre um homem e um menino não está na idade, muito menos na quantidade de barba na sua cara. Está na atitude e no modo de agir. Homens e meninos podem sim fazer a mesma coisa, porém, de formas diferentes.
Um menino na balada vai contar o número de mulheres que ele pegou. Um homem vai tentar proporcionar a uma única garota uma noite incrível. Para levar uma mulher para cama, os meninos mentem. Já os homens são sinceros e impressionam do jeito que são. Meninos acreditam que podem conseguir tudo com dinheiro. “Um homem, mesmo com a carteira cheia, sabe que o que realmente importa é o que se tem na cabeça.“.
Meninos quando enfrentam um problema culpam os outros, por não ter maturidade suficiente para assumir os próprios atos. Homens o encaram, admitem o erro e tentam o consertar de alguma maneira. Meninos em uma discussão acreditam estarem sempre certos. Homens buscam entender os dois pontos de vista e caso necessário, mudam de opinião.
E por mais incrível que pareça ser homem, não tem absolutamente nada a ver com mulher. O que te faz um homem são suas escolhas, suas ações, o jeito que você encara e enxerga a vida. Ter um “pau” e se dizer homem é fácil demais. Ser homem vai muito mais além do que você tem entre as pernas. Ser homem é o que você tem na cabeça.

-Isabela Freitas
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Meu sorriso...

Não tô vivendo um dos momentos mais fáceis da minha vida e o meu reflexo é me isolar. Não ao extremo de ficar trancada no quarto, mas programas leves com amigas muito próximas é o máximo que o meu corpo tem pedido ultimamente. Preguiça de socializar, rir pra parecer simpática, disfarçar a vontade constante de ir embora. Ando sem paciência até pras redes sociais, só queria deitar e esperar o mar ficar mais calmo. Não posso me dar a esse luxo de pausar a vida, tudo bem. É um processo tão interno, que eu nem estaria escrevendo esse texto se não fosse você no meio do caminho. Você que não é pedra, então foge imediatamente do perfil que eu costumo encontrar. Você que faz com que eu queira me isolar a dois e pense que as coisas nem andam tão ruins. Eu queria um jeito de bloquear os flashes da sua mão esquecida no meu cabelo ou as lembranças em câmera lenta da sua risada gostosa. Porque ter tanta saudade de algo tão recém nascido me assusta e me parece algum tipo de aborto. Eu ouço sirenes soando e vejo uma faixa amarela em volta, sem saber se anuncia salvação ou perdição. E acho que, na verdade, não quero saber. É bom e basta. Não é assim? Tô quietinha, sem complicar, sem esperar, sem me desesperar calculando o fim. Todo e qualquer alarme é sufocado pelos suspiros de paz a cada mensagem e eu aceito a condição do risco, por todos esses sorrisos impossíveis que você arranca de mim.
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Não abro mão.

A gente deixa de fazer muita coisa, deixa de ser feliz por medo da opinião de gente que nem torce pela nossa felicidade. Parei. Faço o que me der na telha, me faz feliz? Tá ótimo, tô no caminho certo. Porque você sabe, entre o certo e o errado, o que vale mesmo é o que te faz bem. E eu tô seguindo essa linha, tô nesse rumo, estrada sem fim. Entre agradar todo mundo e fazer o que me agrada, tô me escolhendo mil vezes. A vida já tem poucas horas por dia, não dá mais pra ficar desperdiçando segundos com gente que desperdiça horas pra cuidar da vida dos outros – tipo de gente que não valoriza a própria vida e ainda acha que tem moral pra dar palpite e apontar o dedo dizendo o que a gente deve ou não fazer, me poupe. Não tenho mais paciência, adiar a felicidade por causa de gente que não é feliz é burrice, larguei mão da ferradura. Tô de sapato, salto alto, sem medo de me desequilibrar – tô feliz e decidida, tá pra nascer equilíbrio maior que esse. E se a minha felicidade tá te incomodando, que sigamos o velho ditado: os incomodados que se retirem. Porque daqui eu não saio, não me retiro, não abro mão.
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Parei

Parei de negar, de querer deixar o passado de lado e sofrer toda vez que me lembro dele e de você. Eu sou o que sou porque você é o que é, porque a gente foi o que foi, não tem pra onde fugir. Você, querendo ou não, faz parte de mim e de tudo o que eu me tornei, de tudo que eu mudei e joguei fora. Não vou mais choramingar pelos cantos reclamando e me arrependendo de ter te conhecido. Acredito que tudo que acontece, era pra acontecer, simples assim. Tudo na vida tem um propósito e o teu foi esse: me fazer crescer. Me fazer evoluir, amadurecer. Me fazer parar de ser a menina boba que acreditava em qualquer palavra bonitinha de qualquer um. Não acredito em mais nada, nem em ninguém. Prefiro assim, realismo puro, como deve ser. E não pense que vou te agradecer por isso, não fez mais que a sua obrigação, sejamos francos. Depois te tanta dor a recompensa tinha que valer a pena, e valeu. Pode passar o tempo que for, to consciente de que um pedaço teu vai estar sempre aqui, e aceito, sem pestanejar. Ficar fazendo força pra esquecer um passado que já faz parte de quem você é, é lembrar em dobro toda a dor que te fez mudar. Cansei de masoquismo, mudei porque foi necessário, porque você me mostrou que mudar era necessário e é isso. Você passou, deixou uma marquinha ali no canto e a vida seguiu. Sempre segue. Sempre marca. Sempre muda.
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Eu tento

Há um tempo atrás eu vivia reclamando porque me apegava rápido demais às pessoas. Era uma coisa que sempre me incomodou muito, eu me apaixonava fácil, era intensa e me entregava além da conta. Sempre fui de me entregar. Conhecia alguém, e na semana seguinte já fazia planos. Eu tinha uma mania chata de confiar no mundo e de acreditar nessas histórias de novela que a gente fica esperando que um dia aconteça com a gente. Sempre me esforcei pra mudar, pra deixar de ser boba e encarar tudo como é na realidade. Sempre quebrei a cara. Minhas amigas viviam brigando comigo, já perdi as contas de quantos puxões de orelha eu levei por ser “borracha fraca”. Acho que de tanto reclamar, de tanto me forçar a fazer diferente, mudei da água pro vinho. Tenho a sensação de que dormi de um jeito e acordei de outro. Hoje eu tento me apaixonar e não consigo. Hoje tento me forçar a ser menos dura, a acreditar mais, a dar chances. Não sei se é implicância, ou se alguém ouviu tanto meu pedido de antes, mas hoje sofro a falta de algo que sempre me incomodou. Impressionante como a gente nunca está satisfeito com o que tem. Por isso, cheguei a conclusão de que a solução é não pedir mais nada. É não questionar. É se aceitar do jeito que é, é ser intensa quando tem que ser e é saber ser fria também no momento certo. É não se cobrar o comportamento ideal, mas fazer sempre o possível pra agir da melhor maneira possível.
2014.
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Não vale

Chega uma hora que você cansa, pensa em deixar tudo e ir embora, mas depois que você analisa e olha para trás vê que não vale a pena deixar tudo por causa de uma pessoa que nem se quer soube te dar o devido valor, que não fez nada alem de te magoar, te deixar triste, pra baixo. Você percebe que não vale a pena esquecer tudo, porque aprendeu muito com os erros, você aprendeu a ser forte. Você vê que não foi a pior coisa que já lhe ocorreu na vida, e vê também que pode melhorar de novo, e de novo, e de novo. Daí você volta a confiar em você e lembra que é mais forte que tudo que um dia tentou te destruir, por que se você cai 9 vezes, Deus te levanta 10.
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Nenhuma outra.

Vírgulas, reticências, dois pontos, travessão, parei. Tava faltando ponto final, não tinha mais espaço pra nenhuma outra pontuação. Só cabia um ponto ali, não tinha mais desculpa que salvasse: verdade nua e crua que tava estampada na minha cara desde o início do fim da história. É que a gente se acostuma a querer manter o amor a todo custo, só que, quando começa a custar a própria felicidade, parou de ser amor. E a gente demora a perceber, sai enfiando vírgula onde não cabe, coloca travessão no meio da frase quando nem é fala do personagem. Erro de português, desacerto na vida, atraso no amor. Já tinha passado da hora de voltar com a gramática, logo eu que sempre gostei de escrever tudo certo tava deixando a minha própria história sujeita à reprovação. Chega, queria um amor fluente em português. Coloquei um ponto final, virei a página, fechei o livro e doei pra biblioteca, não quero mais. Dói colocar um fim no que você queria que fosse pra sempre, eu sei. Mas insistir no erro é errar duas vezes, aprendi errando mais de três. Mas aprendi e, o melhor, sobrevivi. Dei um tempo de ler e escrever livros de romance, to na onda da ação e aventura, com pontos finais na hora certa, bem mais prático: termino de ler e desapego.
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Fato 1

Muitas vezes as reviravoltas servem para nos sacudir, para nos fazer acordar. Para mostrar que a gente merece mais, muito mais. Não vale a pena se desgastar com ignorância, fofoca e falsidade. Não faz bem para a saúde conviver com mesquinharia. Ambientes carregados não fazem bem para a alma de ninguém.
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O mundo gira.

O dia dos namorados passou e eu sei que eu passei pela sua cabeça. Sei que ainda passo, que ainda te dou saudade junto com uma pitada de arrependimento. Se as pessoas só dão valor quando perdem, eu to valendo ouro pra você. Não to me gabando, longe de mim. É que hoje eu sei o meu valor e também sei que você sabe. Não enxergava nada disso antes, passava tempo demais me entregando, olhando pra você – esquecia de olhar pra mim. Nem lembro mais quantas foram as vezes que você também esqueceu. Horas do lado do telefone esperando nem que fosse uma chamada sua por engano, uma mensagem qualquer só pra avisar que não ia dar pra sair. Mulher, às vezes, tem disso, se contenta com pouco e ainda acha ruim quando o cara não faz muito, uma piada. E eu era o próprio circo, uma palhaçada atrás da outra e ainda achava graça das suas mágicas de sumir e aparecer dias depois. Uma vergonha, o circo teve que falir. E você sente falta, eu sei. Passei meses sendo a mulher dos sonhos enquanto você sonhava com outras. Fui ser o sonho de outro cara e hoje sei que você sonha comigo. O mundo gira, dá voltas e eu não volto mais. To bem e rindo – por último e melhor.
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Engraçado

Engraçado como o que cega a gente, na verdade, não é o amor, é a burrice. E, cá entre nós, meus olhos eram totalmente vendados quando eu tava do seu lado – sim, assumo minha ferradura. O mundo inteiro sempre me avisou que você não era do meu mundo, nem do mundo de ninguém. Sempre insisti, persisti e, principalmente, sofri. Eu e minha sina de querer ver bondade em quem faz questão de ser cruel. Uma pena. Mudei tudo, desde o cabelo até meus gostos musicais. Demorei pra perceber que o único que deveria mudar era você. Perdi tempo, perdi amigos, me perdi. Fiquei presa nesse teu abismo por anos, olhos vendados, por pouco não achei a saída. Tinha me tornado a própria Isaura, escravizada, acorrentada em toda essa loucura que era estar com você. Vez ou outra eu fugia, ganhava a alforria, mas sempre voltava. Sempre. Uma possessividade maluca, quase uma droga. Muito mais que apaixonada, eu tinha virado uma viciada. Difícil de acreditar. Mas você sempre teve esse poder, engraçado. Não fui a primeira a cair na tua teia, a ficar meses sendo enrolada no casulo, dopada, pra no final você dar o bote. Conheço gente que até hoje mal se dá conta das correntes em volta do pulso, inacreditável. Conquistei a liberdade, sobrevivi a anos de coração partido. Escalei o abismo, tirei a venda dos olhos e enxerguei, enxerguei cada cor de cada detalhe, e você era tão cinza e escuro, mal acreditei.
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Não dá

Eu não acho que seja possível preencher um espaço vazio com aquilo que você perdeu. Não acho que nossos pedaços perdidos caibam mais dentro da gente depois que eles se perdem.
Agora foi a minha ficha que caiu: se eu de alguma forma o tivesse de volta, ele não encheria o buraco que a perda dele deixou.
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Agradecimento

Obrigada. Sem ironia. Obrigada de verdade – mesmo que você não saiba muito do que isso se trate. É que hoje eu tenho um orgulho enorme de ser quem eu sou e sei que não seria metade disso tudo se não tivesse passado pelo nada que a gente foi por tanto tempo. Assisti em câmera lenta você me derrubar no chão sujo dessa cidade cheia de gente ainda mais suja. Impossível contar em quantas partes meu coração foi partido pela mesma pessoa. Infinitas, eu diria. Sem drama, afinal, o que mais aprendi com você é que a vida é isso, um levanta e cai constante... Idealizava demais, apostava todas as fichas de que esse papo de príncipe era verdade e eis que surge você. De sapo virou jacaré e me deu o bote. Engraçado como as coisas acontecem, já que, pela lógica daquele papo de carma, eu, de fato, merecia o tal príncipe. Um bom coração deveria atrair um bom rapaz, outro papo furado. Não que eu tenha virado pessimista, pelo contrário. Ainda tenho muita fé nas pessoas, mesmo que às vezes mal tenha fé em mim. Mas hoje eu sei como o mundo funciona e que o máximo de um conto de fadas que a gente pode chegar é quando o cara consegue manter o interesse só por você sem imaginar – e, claro, sem sucumbir – em como seria a coleguinha da faculdade na cama com ele. Não espero mais pelo príncipe e tampouco me considero princesa. Virei Rainha, sei de cada passo que dão no meu castelo e só fica nele quem aguenta e quem merece ficar.
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Outras doses

Dia desses me perguntaram sobre você: ''e o fulano?'' Quase como se minha alma falasse por mim, respondi que você era a pior e a melhor coisa que tinha acontecido na minha vida. Acho que, sem dúvida, essa é a melhor definição. Quer dizer, descobri o amor e a dor ao mesmo tempo, na mesma intensidade. E, cá entre nós, o que existe de melhor no mundo se não o amor? E o que existe de pior se não a dor que ele causa? Ter você – mesmo que a beira de não ter – era essa constante montanha russa entre o bem e o mal. Céu e inferno como nunca haviam visto, juntos. Faz tanto tempo e ainda assim parece que foi ontem que eu me sentia dentro de uma prisão sem grades e sem guarda. Nunca entendi porque sempre custei a fugir. De certo modo era fácil, a porta tava o tempo todo aberta e o mundo lá fora era sempre tão bonito. Mas a vontade de você era tanta que, sei lá, preferia fechar a porta e ficar no teu mundo, loucura. Era como ter uma mansão te esperando do outro lado da rua e ainda assim você querer continuar morando dentro do carro velho. Insanidade das fortes, eu diria. Mas amor tem um pouco disso, um hospício dentro de si. É tarja preta vendida clandestinamente. Ninguém tem controle e, quando a gente vê, já viciou. Mas hoje to de cara limpa, ex viciada recuperada e pronta pra outras doses que não sejam de você. Amor, quando rima com dor, não vale a pena consumir.
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Um passatempo.

É tão difícil assim entender, ver, sentir que isso é perigoso, se pra você é um jogo
pra mim não vai ser assim, por isso devo partir se pra você sou um tolo, pra mim você vale ouro
mais vou mudar esse jogo onde sou seu passatempo,um brinquedo pra te divertir.
Então me veja chorando, vai continua jogando pois sua vez de perder, pode crê tá chegando!
 
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