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Parei

Parei para respirar e relaxar. Não escuto mais a voz do impulso. Não dou a mínima para a intensidade do momento. Parei exatamente na linha que termina todas as minhas vontades e começa a minha paz. Preciso de um tempo e de um momento a sós com um ou dois livros, você entende? Por favor, entenda e não insista. Estou cansada dessa nossa ferida que nunca sara, porque eu sempre coço e não deixo cicatrizar. Dos nossos desgostos um com o outro, desavenças e desamores. Nossos sentimentos invertem a ordem certa do que é para ser, do jeito que tem que ser. Essa paixão doentia nos cega do que é certo. Não é preciso amar errado para ser divertido. Veja só, me falaram outro dia que amor também é coesão.
Não quero mais me dar desculpas, como se eu não fosse um prédio inteiro, erguido por uma alma só. Quando digo para mim mesma que você não vem, estou justificando para quem? Sou uma só. Uma mulher só e que quer ser amada por inteiro. Que parte minha é essa que sempre pede por você mais uma vez? Em que momento deixei essa metade de mim ir contra o que me faz bem?
Nosso amor torto precisa ir embora. Desgastado, manco, sem jeito. Você, que está economizando dividir alegrias, não precisar mais ficar. Somos como um vaso de vidro na beira de uma mesa. Só é preciso um sopro para tudo que construímos desmoronar.
Que venha um novo amor que me peça para entrar. Já tive o suficiente desse seu amor que arromba a minha porta, desarruma a minha cabeça e vai embora sem ter a decência de colocar tudo no lugar. O que eu mais preciso você não sabe dar. O que você me oferece, pedindo perdão por ser assim, eu não consigo receber. Vou tampar a nossa ferida, e só assim, tenho certeza que ela vai sarar.
Fique bem.

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